Seu filho não come direito? É hora de rever os costumes na sua casa
Por Thais Lazzeri
Chamar o filho para comer, mantê-lo sentado à mesa com os demais para fazer uma refeição em família e não ter de insistir para ele se alimentar bem. Parece fácil, simples, mas, na prática, é uma batalha. O que acontece em sua casa nem de longe lembra um comercial de margarina? A Unilever fez uma pesquisa mundial com mais de 8 mil pessoas para saber como elas se relacionam à mesa. O estudo mostrou que 69% das famílias brasileiras fazem refeições com a TV ligada. No resto do mundo, esse número cai para 48%. “A televisão impede o contato entre os pares, não há diálogo entre pais e filhos. Não adianta estar junto se você não consegue interagir com as pessoas de que você gosta”, explica Miriam Weistein, jornalista norte-americana, autora do livro The Surprising Power of Family Meals (ou O Poder Surpreendente das Refeições em Família, em tradução livre para o português). Em contradição, cerca de 93% das 300 mulheres paulistanas entrevistadas na pesquisa relataram ser a refeição o principal momento de conversa com os filhos. Mas a TV é só um dos problemas. Fizemos uma pesquisa sobre alimentação com nossos leitores para saber como são as refeições em casa – os números que aparecem nesta e nas próximas matérias são resultado dessa enquete – e percebemos alguns deslizes comuns. Pensando em resolver casos como esses, a pesquisadora norte-americana Harriet Worobey enumerou as seis situações em que os pais mais se atrapalham na hora de alimentar os filhos.
Por Thais Lazzeri
Chamar o filho para comer, mantê-lo sentado à mesa com os demais para fazer uma refeição em família e não ter de insistir para ele se alimentar bem. Parece fácil, simples, mas, na prática, é uma batalha. O que acontece em sua casa nem de longe lembra um comercial de margarina? A Unilever fez uma pesquisa mundial com mais de 8 mil pessoas para saber como elas se relacionam à mesa. O estudo mostrou que 69% das famílias brasileiras fazem refeições com a TV ligada. No resto do mundo, esse número cai para 48%. “A televisão impede o contato entre os pares, não há diálogo entre pais e filhos. Não adianta estar junto se você não consegue interagir com as pessoas de que você gosta”, explica Miriam Weistein, jornalista norte-americana, autora do livro The Surprising Power of Family Meals (ou O Poder Surpreendente das Refeições em Família, em tradução livre para o português). Em contradição, cerca de 93% das 300 mulheres paulistanas entrevistadas na pesquisa relataram ser a refeição o principal momento de conversa com os filhos. Mas a TV é só um dos problemas. Fizemos uma pesquisa sobre alimentação com nossos leitores para saber como são as refeições em casa – os números que aparecem nesta e nas próximas matérias são resultado dessa enquete – e percebemos alguns deslizes comuns. Pensando em resolver casos como esses, a pesquisadora norte-americana Harriet Worobey enumerou as seis situações em que os pais mais se atrapalham na hora de alimentar os filhos.
Aqui contamos esses casos – e alguns a mais – e mostramos as melhores estratégias para contornar cada problema.
1- Mandar as crianças para fora da cozinha enquanto você prepara a refeição Seja por falta de tempo, seja por medo que eles se machuquem, às vezes encaminhamos a criança para fora da cozinha enquanto preparamos a próxima refeição. Pesquisa da Universidade de Columbia (Estados Unidos) com alunos mostrou que cozinhar junto com o filho pode mudar os hábitos alimentares dele. Mais de 600 estudantes começaram a ter aulas de nutrição, e alguns passaram a cozinhar também. Os que colocaram as mãos na massa comeram mais vegetais do que aqueles que não tiveram essa oportunidade.
O QUE FAZER: Envolva seu filho nessa atividade – as chances de ele provar novos alimentos são maiores. Se ele for pequeno, peça ajuda para lavar uma fruta ou misturar alguns ingredientes. Essa intimidade com a cozinha vai render novos frutos, e você vai ver seu filho sorrindo enquanto cozinha.
2 - Pressionar os filhos a comer mais um pouco (do que eles não querem) Novos estudos mostram que forçar a criança a comer mais não adianta, porque ela não vai passar a gostar do que acabou de provar. Os pesquisadores fizeram o teste: eles pediram para as crianças provarem leite e alguns vegetais e disseram que elas poderiam ver televisão enquanto comiam. De fato, elas provaram. Mas a maioria disse que não gostava do que comeu. Ou seja: por um breve período elas vão comer, mas não significa que vão gostar.
O QUE FAZER: Deixe a recompensa de lado. A primeira dica (que funciona mesmo) é dar o exemplo. Ponha os alimentos à mesa e encoraje a criança a comer com você.
3 - Deixar as “guloseimas” longe das crianças As guloseimas ficam escondidas na prateleira mais alta? Pode parecer distante do que acontece em sua casa, mas, quando pesquisadores norte-americanos deixaram algumas crianças com livre acesso a cookies, os pequenos comeram três vezes menos do que quando os doces estavam trancafiados.
O QUE FAZER: Compre alguma guloseima e leve para casa apenas para o fim de semana. Este é outro jeito de controlar o consumo sem precisar brincar de esconde-esconde.
4 - Fazer dieta Mesmo que você precise fazer um regime com restrição calórica, a boa dieta preza por uma alimentação balanceada. Estudos mostram que fazer regime sem acompanhamento médico, em que você exclui algum grupo de alimento a esmo, pode atrapalhar a alimentação das crianças.
O QUE FAZER: Uma dieta equilibrada engloba todos os grupos alimentares; assim, naturalmente, a alimentação de sua família vai ser boa.
5 - Oferecer verduras e legumes sem-graça Quem já viu um prato sem-graça sabe bem como ele não ajuda a abrir o apetite. Tudo bem – não é todo dia que você tem ânimo para fazer uma superprodução, mas a ideia não é essa mesmo. As verduras e os legumes precisam parecer mais atrativos.
O QUE FAZER: O trabalho começa na hora da compra. Vegetais frescos têm aparência melhor. Aqueles que precisam ser preparados no vapor, cuide para não deixá-los passar do ponto, desligando o fogo quando eles ainda estão crocantes.
6 - Desistir rápido demais ao oferecer um novo alimento Salada de cenoura crua ou cozida. Bolinho de cenoura ou cenoura refogada com carne. Purê de cenoura ou sopa. Suco com cenoura, bolo de cenoura etc. Este é o exemplo que você precisa seguir em casa antes de dizer que seu filho não come – e não gosta – de determinado alimento.
O QUE FAZER: Os pediatras aconselham a oferecer o mesmo alimento, pelo menos, de sete jeitos diferentes antes de desistir. Não é um exagero. A jornalista norte-americana Miriam Weistein, autora de The Surprising Power of Family Meals, vai além. Para ela, deve-se usar a regra dos 20: significa tentar no mínimo 20 vezes. Claro, não precisa ser no mesmo dia nem em datas consecutivas. Aí sim, você pode dizer que ele não gosta.
“Ele só come...” Você vai ver os seis erros mais comuns, mas a gente sabe que a lista de problemas é maior. Livre-se deles sem enlouquecer. No hit “ele só come...” ... ASSISTINDO À TELEVISÃO
“Ele só come...” Você vai ver os seis erros mais comuns, mas a gente sabe que a lista de problemas é maior. Livre-se deles sem enlouquecer. No hit “ele só come...” ... ASSISTINDO À TELEVISÃO
Não estamos dizendo que você não pode comer assistindo a um filme em família. O problema é quando a exceção vira regra. Prepare pratos mais atrativos e invista na decoração.
... QUANDO VOCÊ ANDA ATRÁS DELE
Compre um assento infantil específico, como um cadeirão. Quando está sentado à mesa, a chance de seu filho se concentrar na comida é maior.... DORMINDO (!)
Acredite: algumas pessoas dão comida batida na mamadeira. É perigoso! Seu filho pode engasgar. E ele não aprende a reconhecer os alimentos.
Fonte: revista crescer
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