terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Surto de diarréia em São Paulo

Surto de diarréia em São Paulo
Saiba como evitar e o que fazer se a criança apresentar desconfortos gastrointestinais
Ana Paula Pontes e Malu Echeverria


Quatro cidades do estado de São Paulo investigam surtos de diarréia, possivelmente provocados por algum tipo de virose. No litoral, o local de maior risco no momento é a cidade do Guarujá, com 780 casos registrados de 31 de dezembro até 3 de janeiro. Mas também há evidências do surto em Praia Grande, Ubatuba (que registrou 300 casos desde o último dia 3) e Olímpia, no interior. Na capital, há casos notificados em oito regiões da cidade.


“As viroses podem ser provocadas pela ingestão de alimentos (de origem duvidosa ou mal conservados) ou água contaminada, tanto da praia ou da piscina quanto da torneira”, diz a pediatra Tânia Shimoda, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo. A doença também é transmitida pelo contato direto e indireto com pessoas e objetos."Caso a mãe, ao trocar uma criança doente, esqueça de lavar as mãos e a leve à boca, por exemplo, também pode ser contaminada", diz o pediatra infectologista Marco Aurélio Sáfadi, do Hospital e Maternidade São Luiz. A transmissão via aérea, como acontece com a gripe, é pouco provável. Os sintomas mais comuns das viroses são náuseas, diarréias, vômitos, cólica abdominal e febre (nas crianças).

A Vigilância Sanitária recolheu amostras de água das praias que registraram o maior número de casos, que foram enviadas para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Mas o resultado dos exames só deve ficar pronto em 10 dias. Em nota, a Sabesp, companhia responsável pelo saneamento básico no Estado, afirmou que a água fornecida à população do Guarujá é potável e, portanto, não oferece riscos. Como a população da cidade passou de 300 mil para 1 milhão desde o início do verão, a prefeitura afirma que esse tipo de problema é comum em temporadas. Outra possível causa são as chuvas intensas em todo o Estado: muito material acaba indo para o mar e para os rios, como lixos, dejetos de animais silvestres, e a água é contaminada. Por isso, no litoral, é preciso ficar atento às bandeiras da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb), que avalia a qualidade da água para banho.

Existe, ainda, a possibilidade de que os agentes causadores do surto de diarréia sejam bactérias. Mas seja qual for o vilão da história, segundo o infectologista Sáfadi, as medidas de prevenção e os cuidados com as crianças doentes são semelhantes. Não compre salgados ou doces vendidos por ambulantes nas praias e opte por alimentos pouco gordurosos e naturais. Evite ainda que a criança fique muito tempo sob o sol. Como não há confirmação se a água potável também está contaminada, melhor ferve-la ou ingerir apenas a mineral (de garrafa) tanto para o preparo de refeições, quanto para lavar frutas, fazer sucos e mamadeiras. Qualquer sinal de mal-estar da criança, como dor abdominal e falta de apetite, deve ser investigada por um profissional. Se o Pronto-Socorro estiver lotado, como tem acontecido nos últimos dias na região, entre em contato com o seu pediatra. “Ele deve indicar medicamentos para controlar os sintomas e soro para combater a desidratação”, diz Tânia. A versão caseira do soro [1 copo de água para 1 colher (sopa) de açúcar e 1 colher (sobremesa) de sal] é uma boa opção, mas deve ser dada aos poucos.


Fonte: site revista crescer

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